quarta-feira, dezembro 13, 2006

Filme da Semana

"Babel" - de Alejandro Gonzaléz Iñarritu

Apesar de ainda não ter estreado entre nós, foi-me possível ver a ante-estreia do novo filme de Iñarritu, realizador de outros filmes tão chocantes quanto comoventes como "21 Grams" (2003) ou "Amores Perros" (2000). A ante-estreia esteve relacionada com o festival de cinema ibérico que está este mês patente nos cinemas São Jorge denominado "HolaLisboa" e que incluí diversas longas e curtas metragens do cinema ibérico e que passarão ao longo do mês de Dezembro.


Relativamente ao filme "Babel", posso seguramente dizer que se trata de um filme direccionado para os Óscares que se aproximam a grande velocidade e que se trata do filme mais conseguido por Iñarritu ao longo da sua curta filmografia. Contador de histórias nato, cruza cafda uma delas (neste caso 4) para no fim as relacionar umas com as outras. Todas com diferentes actores e diferentes destinos mas que se relacionam pela questão da linguagem e da comunicação, hoje tão em voga num mundo que vive à velocidade da luz, e onde a linguagem continua a ser o único meio que diferencia os povos de cada região do mundo.


O filme incluí actores consagrados como Brad Pitt ou Cate Blanchett, mas é na desconhecida Adriana Barraza e na sua extraordinária e credível interpretação de ama mexicana, ilegal à 16 anos a viver nos Estados-Unidos, que nos mantemos atentos ao longo dos 142 minutos de película que atravessam fronteiras tão distintas como San Diego, México, Marrocos ou Tóquio. Cada imagem e cada diálogo parecem ser meticulosamente estudados e demonstram uma capacidade artística fora do vulgar no que diz respeito ao cinema contemporâneo.


Aliás, se pensarmos bem na produção cinematográfica dos últimos anos, veremos que existem diversos realizadores sul-americanos que estão a vingar em Hollywood por serem verdadeiros às histórias que contam e às imagens que filmam, como Iñarritu temos ainda Walter Salles ("The Motorcycle Diaries"-2004), Fernando Meirelles ("The Constant Gardener"-2005), Alfonso Cuarón ("Children of Men"-2006) ou ainda Guillermo del Toro ("Pawn´s Labyrinth"-2006). Existe uma nova vaga que invadiu o cinema americano e que pouco ou nada tem a ver com o que até agora nos habituámos a ver como cinema vindo de Hollywood. Para bem ou para mal (esperemos que para bem...), o cinema americano não será nunca mais o mesmo.


A FAVOR: a interligação das histórias, as personagens e Brad Pitt e Adriana Barraza.

CONTRA: alguma confusão inicial com o situação temporal das histórias.


TRAILER: aqui.

terça-feira, dezembro 12, 2006

A memória da guerra

Em Beirute subsistem edifícios sobreviventes à guerra e às suas atrocidades. Os edifícios, repletos de balas e dos seus buracos são prova disso mesmo e, como em outras cidades, a memória da guerra existe e permanece nessas fachadas.


"Bullet Lights" é uma intervenção do artista plástico Edwin Gardner, e pretende evocar espíritos e memórias de guerra que existem em centenas de cidades pelo mundo fora, representadas nas fachadas dos edíficios e nas suas ruínas. Esta forma de "arte" transforma a ideia de "despojos" de guerra e das suas atrocidades ao mesmo tempo que embeleza o seu interior e o seu exterior, trazendo para fora o seu reflexo das memórias de um tempo que passou.

quarta-feira, novembro 29, 2006

TED TALKS

O Technology Entertainment Design (TED) é um evento que acontece uma vez por ano, em Monterey, na Califórnia e que pretende juntar mais de 1000 personalidades em conferências de grande relevância e interesse para qualquer cidadão do mundo, em que se fala de inúmeros assuntos, todos com conteúdos profundos, intelectuais e provocadores.
O resultado são conversas informais brilhantes que abrange qualquer área de interesse (ciência, artes, economia, design, sociologia,...). Estas conferências, ou "conversas" como preferirem, nunca foram antes mostradas ao público e, pela primeira vez, temos oportunidade de ver, ouvir e perceber o que se passa naquela sala e o que se conversa entre tantas mentes extraordinárias.

Para a área da arquitectura, vejam a apresentação de Joshua Prince-Ramus, um antigo colaborador de Rem Koolhaas (Casa da Música) que apresenta 3 projectos de uma forma inovadora e aliciante para qualquer cliente interessado e mostra claramente o que será o futuro desta profissão.

Para a área da economia, vejam o brilhantismo e humor de Steven Levitt, autor do célebre "Freakonomics" e que foi número um de vendas na FNAC, durante várias semanas e que fala da dinâmica social dos gangs nos Estados-Unidos e da sua organização interna, e o que ela reflecte a sociedade em geral, como a conhecemos.

Vejam, deliciem-se e aprendam nas TED TALKS.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Escapadelas de Arquitecto

"El casi centenario arquitecto brasileño Oscar Niemeyer se casó con su secretaria, la sexagenaria Vera Lucia Cabrera, en una ceremonia realizada a escondidas en Rio de Janeiro y avisó a su familia recién al día siguiente, informó hoy la prensa.

Niemayer, de 98 años, autor de más de 600 proyectos arquitectónicos en todo el mundo en 70 años de carrera, resolvió casarse el jueves pasado en una sencilla ceremonia nocturna y se lo comunicó a sus familiares el viernes, quienes lo recibieron con relativa sorpresa aunque con respeto por la decisión del afamado arquitecto.

"Vera y yo nos casamos el 16 de noviembre a las 22.30 en mi residencia, en una ceremonia simple de la cual sólo participaron las autoridades civiles que celebraron el acto y un pequeño grupo de amigos en calidad de testigos.


Por tratarse de un asunto de nuestra privacidad, Vera y yo queremos preservarlo de la curiosidad pública y no daremos entrevistas a la prensa sobre ello", señaló una breve nota del arquitecto. Cabreira era amiga de Niemeyer hacía tres décadas y trabajaba con él desde 1992.


Tras el enlace, realizado en su apartamento, ubicado en el residencial barrio de Ipanema, Niemeyer celebró la ocasión fumando habanos cubanos y vino, con autorización de su médico que acompaña su recuperación de una reciente cirugía de pelvis.


Niemeyer, quien estuvo casado durante 76 años con Annita Baldo, hasta que ésta falleció en 2004, fue operado el pasado 9 de octubre en el hospital Samaritano de Rio, por una fractura de pelvis luego de caerse en su estudio de arquitectura, frente a la playa de Copabana. El creador de edificios emblemáticos de Brasilia sigue en actividad diariamente con un promedio de cinco proyectos por mes, apoyado por nietos y bisnietos."


in "EMOL.EL MERCURIO ONLINE".


E assim a vida continua, e continua, e continua, e continua, e continua, e continua...pelo menos para Niemeyer!

sexta-feira, novembro 24, 2006

Exposição Gonçalo Byrne


Com a abertura da exposição "Geografias Vivas", no Centro Cultural de Belém, o arquitecto Gonçalo Byrne e os seus colaboradores, resolveram inaugurar também o seu novo site, repleto de imagens, desenhos e notícias que fazem parte do universo deste arquitecto e, um pouco também, da história da arquitectura contemporânea portuguesa dos últimos 34 anos, pois foi em 1972 que Byrne iniciou a sua profissão com a primeira obra, em Chelas numa conjunto residencial.
A Exposição reúne apenas 6 obras seleccionadas pelo arquitecto:
- Clube Naval e Complexo de Cais do Carvão (Funchal)
- Parque Forlani (Milão) - com PROAP
- Requalificação da Abadia de Santa Maria (Alcobaça) - com J.P Falcão de Campos
- Grande Espaço de Assembleias e Presbitério (Fátima)
- Sede do Governo da Província de Brabante Flamengo (Bélgica)
- Centro de Controlo Tráfego Marítimo do Porto de Lisboa (Algés)
Nesta exposição tentou-se uma abordagem concisa e formal, deixando para trás uma explicação técnica de cada projecto. Sente-se um entendimento imediato com cada obra e as maquetas, feitas a larga escala servem de visualização panorâmica das obras em questão. Em cada projecto, um video explicativo com conversas informais entre o arquitecto e diferentes convidados para diferentes casos, como Jorge Sampaio, Vittorio Gregotti e Nuno Portas. Um corredor negro leva-nos a descobrir fotografias e desenhos dos 6 projectos ao mesmo tempo que, ao longe, visualizamos cada projecto em questão. No fim do corredor, uma pequena sala com 3 computadores ligados à internet dá-nos conta da criação do seu novo site e da sua biografia.
Uma exposição curta, sintética e que serve de apresentação a velhos e novos conhecidos da obra do arquitecto Gonçalo Byrne. Relativamente aos projectos apresentados fica a sensação de que podia-se ter arriscado um pouco mais em projectos futuros, que possam estar ainda na "incubadora", como os projectos para a Vila Utopia, ou do complexo do Bom Sucesso em Óbidos.
Uma arquitectura sempre muito formal, despida de preconceitos e clichés, nova em cada abordagem mas que deixa sempre uma sensação de pouca ambição e inovação. Uma arquitectura capaz, madura e pensada para ser agradável de viver e sentir, mas que ambiciona pouco no lugar da arquitectura que hoje se faz em Portugal, essencialmente através de uma geração mais nova que se começa a revelar, através das obras de arquitectos tão díspares e diferentes como ARX, Aires Mateus, José Adrião, Pedro Gadanho, João Mendes Ribeiro, João Pedro Falcão de Campos, Cristina Guedes ou Inês Lobo, entre outros.
São gerações diferentes, convivendo ainda num mesmo espaço físico e num mesmo tipo de trabalho. Em termos comparativos, ainda, compare-se dois arquitectos da mesma geração com diferentes abordagens: Gonçalo Byrne e Eduardo Souto de Moura. Um resigna-se e contempla o que adquiriu através do anos, a experiência e o reconhecimento dos seus pares; outro, não se cansa de uma projecção para além fronteiras, experimenta e inovando a sua arquitectura, mantendo um traço reconhecível através dos décadas. Mas, afinal de contas, a arquitectura é isto mesmo, uma diversidade de escolhas e de trabalhos que só beneficia a sociedade, criando soluções adequadas para as necessidades que se apresentam à nossa frente, em determinada altura da vida profissional.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Os Melhores...do New York Times

Para quem tem dinheiro, ou para quem acaba de ganhar o Euromilhões, as escolhas são infindáveis mas a verdade é que barretes existem muitos para enfiar e há que ter cuidado onde se gasta o dinheirinho.
O jornal New York Times acabou de lançar uma lista invejável de sítios e eventos a não faltar este inverno. Fazem parte de uma lista ao alcance de poucos e certamente ao alcance de poucas carteiras...aqui vai:

. Melhor Ilha: Saint-Lucia (ficar no Marigot Bay Hotel)
. Melhor Nova Maravilha do Mundo: Bagan, no Cambodja
. Melhor Local de Mergulho: Micronesia (centenas de quilómetros de barcos afundados, lindos recifes por explorar e um óptimo sítio para ficar, o Palau Pacific Resort)
. Melhor Fim do Ano: Ushuaia (é a nova Times Square e encontra-se na Argentina. Um bom sítio para ficar é o Hotel Los Acebos)
. Melhor Festival de Cinema: Berlinale (esqueçam Cannes, Veneza ou Sundance, depois da aparição do ano passado de R. Altman e de C. Chabrol tornou-se na nova meca do cinema europeu. Um óptimo hotel para ficar é o Hotel de Rome)

Aqui ficam óptimas notícias e conselhos para quem tem dinheiro e tempo para viajar e decobrir o melhor que o mundo nos oferece!

sexta-feira, novembro 17, 2006

Beijing - Pequim

Existem cidades como Lisboa, Manchester, Oslo, Amsterdão, ou Viena e depois existem "cidades" como Nova Iorque, Berlim, Paris, São Paulo ou Pequim. Cidades maior que a vida dos seus habitantes e que irão para sempre existir, no tempo e nas memórias dos seus habitantes e dos seus visitantes.
Pequim, para ser mais preciso, é uma cidade gigantesca. Uma cidade que adorava conhecer e que cada vez mais merece uma visita ao que de melhor e maior na arquitectura contemporânea existe actualmente. Obras de nomes tão sonantes das arquitectura moderna como Rem Koolhaas, Dominic Perrault, ou Christian de Portzamparc estão a transformar a outrora "cidade vermelha" numa meca da arquitectura.

Um recente estudo de urbanistas chineses revelou uma impressionante ambição dos seus futuros planos para a cidade: Pequim quer crescer, mas não para cima, como muitos ambicionariam, mas para baixo, sendo de prever que cerca de 30 milhões de metros quadrados possam ser construídos nas próximas décadas, numa cidade que já não pode crescer para os lados e pouco mais para cima.

O objectivo é criar uma nova cidade subterrânea que possa rivalizar com a que existe há séculos ao nível do mar, e já foram identificados 17 espaços onde tal pode acontecer, até 2020!


PS: Para quem gosta de cinema tente procurar um filme francês chamado "Renaissance" que foca a maior parte dos seus espaços exteriores em espaços construídos subterrâneamente na cidade de Paris em 2054. Um excelente exemplo a seguir para tempos futuros e planeamentos futuristas...

quinta-feira, novembro 16, 2006

Amadeo de Souza-Cardoso


Durante os próximos dois meses, na Fundação Calouste Gulbenkian, vai estar patente uma exposição do pintor português Amadeo de Souza-Cardoso. A Exposição pretende abranger o maior período de actividade do pintor, que se resume a aproximadamente uma década: entre 1907 e 1918. A exposição serve de veículo para um reencontro entre a sua obra e a de artistas estrangeiros seus contemporâneos, criados em círculos de amigos estrangeiros e nacionais, em cujas obras se revelam os sinais e as cumplicidades experimentais do tempo.

Este acontecimento cultural, que reúne um total aproximado de 260 obras, só é possível graças à colaboração de vários museus nacionais e internacionais, que disponibilizaram o empréstimo de prestigiadas obras dos seus acervos e de coleccionadores particulares, portugueses e estrangeiros. Destes coleccionadores salienta-se a colaboração incondicional dos herdeiros de Amadeo de Souza-Cardoso.


Fundação Calouste Gulbenkian
Galeria de Exposições da Sede (Piso 0 e 1)
de 15 de Novembro de 2006
a 14 de Janeiro de 2007
(das 10h às 18h)

terça-feira, novembro 07, 2006

"Como construir a sua moradia sem aturar um Arquitecto"

Um desconhecido arquitecto madeirense, de nome Rui Campos, escreveu há tempo um texto brilhante no seu sarcasmo e ironia relativamente à profissão de arquitecto em Portugal. O texto, impresso no Diário de Notícias da Madeira (Secção Arquitectura e Território) não é mais que uma fabulosa história de como realizar um projecto e construir uma casa sem ter que aturar "o chato" do arquitecto, e visto que tudo indica que vamos caminhar, de modo definitivo para esse caminho, toca a aprender, que não custa nada ...para isso, apenas tem que ler as seguintes instruções:
"Quantas pessoas, quando chega o momento de construir a moradia com que sempre sonharam, não passam pela aflição de perguntar a si próprias: será que vou ter de aturar um arquitecto?
Neste pequeno artigo, tentarei explicar como construir uma nova casa, sem se sujeitar às exigências de um desses profissionais. Para que o empreendimento seja levado a cabo com êxito há que fazer três importantes escolhas: estilo, técnico e empreiteiro.
O Estilo: Eis-nos perante a primeira decisão a tomar - o estilo da casa. Felizmente não é difícil porque existem apenas dois: o tradicional (também conhecido por rústico) e o moderno, que vem colhendo cada vez mais adeptos entre os jovens. O tradicional caracteriza-se pelo típico telhado de aba e canudo, a janela de alumínio aos quadradinhos, a lareira de cantaria com a sua chaminé e o imprescindível barbecue, testemunho dos inumeráveis prazeres da vida rústica.
Já o moderno é completamente diferente, tão diferente que até as coisas mudam de nome. O telhado desaparece, dando lugar à cobertura plana; a janela perde os quadradinhos e passa a chamar-se vão; à chaminé, em tubo de aço inoxidavel, chama-se fuga; e barbecue é um termo obsceno que deve ser evitado na presença das senhoras.
Não existem, pois, quaisquer espécie de dúvidas quanto a questões de estilo - ou se é tradicional ou se é moderno, as duas coisas ao mesmo tempo é impossível.
Escolhido o estilo, há que escolher o alfaiate, que aqui designaremos pelo técnico.
O Técnico: Trata-se de uma escolha muito fácil, porque o que não falta são técnicos. Intitulem-se eles construtores civis diplomados, agentes técnicos de engenharia, electricistas habilitados ou desenhadores habilidosos, todos se regem pela mesma cartilha, a de João de Deus: o pinto pia, a pipa pinga... Não passaram cinco anos a estudar arquitectura? Não estagiaram mais dois? Que importa isso? Concentremo-nos apenas nas suas virtudes:
1- Projecto elaborado em tempo recorde.
2- Preço: 999 .
Mas como conseguem eles ser tão eficazes? É simples: antes de encomendado, o projecto já está feito. Até parece milagre! Mas não é, o que se passa é o seguinte: o técnico tem duas pastas no computador, uma para projectos em estilo tradicional, outra para os modernos. Escolhido o estilo pelo cliente, é fácil, emenda daqui, remenda de acolá e, numa tarde, o projecto está feito! Para quê complicar? Mas o rapaz parecia semi-analfabeto, disse que não podia assinar o projecto, mas que havia outro técnico que podia....
Não é caso para preocupações, trata-se de uma situação corrente em que um técnico analfabeto paga a um técnico habilitado para que este, a troco de uns trocos, assine de cruz. Está tudo incluído no pacote e, (ironia do destino!), quantas vezes o técnico habilitado não é um arquitecto daqueles que faltaram às aulas de religião e moral...Aprovado o projecto, o técnico já não é preciso para nada. É dizer-lhe adeus que ele até agradece, porque de obra não percebe nada nem quer perceber, quem percebe disso é o empreiteiro a nossa terceira e última escolha.
O Empreiteiro: O primeiro encontro entre cliente e empreiteiro costuma ser decisivo. É nele que terá de se estabelecer, entre o primeiro e o segundo, uma relação de confiança cega, em tudo semelhante à fé. A fé de quem acredita que, com um projecto feito por um técnico, que não especifica nada, que não pormenoriza nada e que não quantifica nada, não vai ser enganado por um homem que passa o dia a fazer contas de cabeça... Entre cinco pequenos empreiteiros, como escolher o indicado para construir a moradia? Infelizmente, chegados a este ponto, não posso recomendar senão fé, muita fé e confiança, porque tudo o resto é irrelevante:
1- O valor do orçamento é irrelevante, foi feito com base no projecto do tal técnico, é um número atirado para o ar, um número que, com os imprevistos, há-de subir ainda umas quantas vezes.
2- O prazo estabelecido para concluir a obra vai depender do bom ou mau tempo e, nesse capítulo, só Deus sabe.
3- As garantias dadas são as que estão na lei - cinco anos.
Se a casa apresentar defeitos, reclame; se a reclamação não for atendida, recorra ao tribunal (também pode recorrer ao pai natal se achar que demora menos tempo...)Em suma, não vale a pena perder tempo com ninharias, o mais importante é ter fé.ConclusãoSe, apesar de conscienciosamente feitas estas três escolhas, as coisas não correrem lá muito bem, se a casa ficar pelo dobro do preço, se no Verão se assar lá dentro e no Inverno se tiritar de frio, se para abrir a porta do armário for preciso arrastar a mesa de cabeceira, se o vizinho protestar com o barbecu, se a cobertura plana meter água, não vale a pena desesperar, resta sempre a consolação de não ter tido de aturar um arquitecto.
Rui Campos Matos, arquitecto.
PS: Cliquem na imagem para terem uma noção bem real do que é um verdadeiro empreiteiro português!

segunda-feira, novembro 06, 2006

O Estado da (Ence)Nação

Neste dia venho a decobrir uma notícia através do site da Ordem dos Arqitectos que só confirma a podridão que reina neste país, em especial na área da legislação e da arquitectura em Portugal. Estamos a recuar, a passos largos, e ninguém parece importar-se muito com isso, nem mesmo a classe que deveria estar mais preocupada: os arquitectos.
Após anos e anos de batalhas, abaixo-assinados e revogações governamentais, este ano, mais precisamente a 18 de Maio, foi finalmente aceite uma revisão em Assembleia da República, por unanimidade de votos, do processo 73/73, que, deste 1973 tinha sido aplicado como medida transitória, permitindo a qualquer cidadão de construir e planear qualquer tipo de projecto em solo nacional. Isto, foi finalmente revisto e nos 30 dias que se seguiram à votação teria, a Assembleia e o Governo, que entregar uma nova proposta que impedisse este assombroso sistema que vigora há mais de 30 anos, e que tem ajudado consideravelmente a descaracterizar a face mais visível do nosso país.
O governo não redigiu a proposta estabelecida e foram dados passos atrás, como era previsível. O Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (IMOPPI) propôs uma revisão em Julho a que só agora a Ordem dos Arquitectos teve acesso, vá-se lá saber porquê...a proposta requer que seja revista a revogação do 73/73 e que se volte a admitir que se façam projectos sem qualificação para tal, desde que o rpojecto em causa não exceda os 400 metros quadrados e que não exceda os dois pisos de altura...a situação é rídicula e mais rídicula ficaria se esta proposta fosse aceite em Assembleia, pois senão vejamos as razões que Helena Roseta, presidente da Ordem dos Arquitectos, defende para que tal não aconteça:
"A proposta do IMOPPI, a que só agora tivemos acesso através do Secretário de Estado Paulo Campos, não cumpre no essencial os objectivos pretendidos pela iniciativa de cidadãos aprovada na generalidade pela Assembleia da República.
Contraria mesmo o seu sentido global, ao admitir que “os projectos de edifícios correntes, sem exigências especiais, que não excedam dois pisos acima da soleira e cuja área não ultrapasse os 400m2 podem também ser elaborados por agentes técnicos de arquitectura e engenharia (…)”. Ficámos perplexos. Não se tem sequer a ideia do que significa este limiar de 400m2. Para além de toda a habitação unifamiliar, este limiar deixa de fora muitos equipamentos públicos, restaurantes, estabelecimentos comerciais, supermercados, escritórios e por aí fora. A esta área correspondem valores de obra de 400 ou 500 mil euros. Vai tudo isto ser excluído da exigência de ser pensado e projectado por um arquitecto, inscrito na Ordem, sujeito às regras disciplinares e deontológicas da profissão e consciente de todas as obrigações regulamentares do bem construir? A arquitectura não é um bem de luxo, é um bem de interesse público. O Estado não pode demitir-se do dever de exigir qualidade arquitectónica no dia-a-dia de todos os cidadãos."
"Se técnicos sem um diploma de arquitectura passassem a ter competência legal para fazer projectos de arquitectura, seria porventura inútil a existência de uma Ordem de Arquitectos.
Também seriam inúteis todos os esforços feitos pelo Estado e pelas Universidades, nas últimas décadas, no sentido de multiplicar licenciaturas em arquitectura a fim de pôr termo à carência de qualificações nesta disciplina profissional. Para que serviriam os mais de 30 cursos de arquitectura homologados pelo Estado português?"
"Para que servirão 5 anos de estudos superiores se com o equivalente ao 12º ano, ou com uma curta especialização tecnológica, se podem praticar os mesmos actos? É isto qualificar os recursos humanos, grande prioridade nacional todos os dias reafirmada pelo governo?"
"Estranha forma esta de zelar pela qualidade baixando o nível de exigências profissionais requeridas para a sua prática. Como é que se pode defender uma Política Nacional de Arquitectura,(...), entregando a técnicos sem qualificação superior a quantidade de construção que a proposta do IMOPPI permite? Estamos perante um grave equívoco: a questão não é de mera regulação de mercado, matéria a que o IMOPPI tem sabido responder bem, mas de qualificação, conhecimento e rigor técnico e científico."
"Para que servem as votações na Assembleia da República? (...)O país vai continuar a ser retalhado por construções espalhadas pelo território sem qualquer qualidade ou exigência? (...)Não faz sentido exigir arquitectos por um lado e dispensá-los por outro. O problema português não se resolve baixando exigências e qualificações, mas sim elevando-as."
Todo este assunto assusto qualquer profissional e futuro profissional arquitecto, mas a verdade é que esta notícia não pássa nas rádios e TV´s do nosso país, não é suficientemente mediática e isso só serve de desculpa para que nada se faça e ninguém se mexe, inclusive os interessados neste assunto, os arquitectos. Estranho país este que deixa qualquer um construir, planear, demolir e reconstruir o nosso país sem qualquer qualificação para tal, o que sentiriam as pessoas se fossem operadas no Hospital por alguém que não fosse médico, ou se fosse defendido em tribunal por alguém que não exercece ou conhecesse a lei do código civil. Pois é, não acontece pois não...depos admiram-se de tanta gente emigrar!

sexta-feira, novembro 03, 2006

O passar do tempo

Penso que a memória e o legado de alguém pode ser avaliado desta forma. Neste video Noah decidiu tirar fotografias dele próprio durante 6 anos todos os dias, com a mesma expressão. Parece um acto de loucos mas a verdade é que esta experiência vai para além da mera curiosidade, através do tempo e de cada fotografia conseguimos ver uma história, um percurso, dias cinzentos e dias de verão, dias tristes e dias alegres, e podemos constatar o passar do tempo, aquele enigma que nos faz olhar para trás e saber que deixámos algum rasto para outros seguirem, ou para outros admirarem, sabendo que não foi em vão que aqui vivemos e respirámos cada sopro de ar e cada batida do coração.

Um ritual familiar


Todas as famílias deviam ter um ritual como este. Uma fotografia repetida através do tempo. Isso sim é história e ver a família crescer, envelhecer e alterar-se, ou por vezes, manter-se igual anos após anos. É uma ideia fabulosa e o resultado é genial, vejam por vocês estes dois exemplos:
Família Velazco (1983 a 2006)
Famíla Goldberg (1976 a 2006).

quinta-feira, novembro 02, 2006

Danish language

Quando se fala do humor português, fala-se inevitavelmente, de Herman José e, mais recentemente do quarteto Gato Fedorento. O quarteto português faz humor com as características do típico português, e com elas somos capazes de rir e, por vezes mesmo, identificarmo-nos.
Neste programa Dinamarquês de humor, eles fazem o mesmo, mas de uma forma tão original que é de chorar a rir! Será que estão assim tão longe da verdade?

terça-feira, outubro 31, 2006

"O mercado, a classe e a falta dela"

Num blog português de arquitectura (via arqportugal) li este magnífico e claro trabalho que demonstra a classe em que vivemos, nós os arquitectos, num país tão atrasado e cego para as ilegalidades que se praticam no dia-a-dia e nas desilusões de uma inteira geração que julgou ter tudo para vencer. O texto aborda questões que considero fundamentais para qualquer português, seja ele arquitecto ou não, entender e perceber o porquê desta classe estar no estado em que está. Fica o primeiro aviso...

"Até há 2 décadas atrás, os arquitectos eram uma classe bem sucedida: com trabalho, com obra , com dinheiro e com personalidade. E tinham a Associação dos Arquitectos Portugueses, que agora deu lugar á malograda Ordem dos Arquitectos.

O que mudou entretanto? Muita coisa.Hoje os arquitectos triplicaram, o ensino da Arquitectura massificou-se, vulgarizou-se e tornou-se moda, porque afinal de contas, abrir um curso de Arquitectura, não implica laboratórios e hospitais como em Medicina...implica apenas uns quantos estiradores ( e nalguns casos suponho que até umas vulgares mesitas), ter uns arquitectos a dar umas aulitas e pronto. E há sempre pessoas a ganhar com isso, além das Universidades...há sempre umas casas de cópias que abrem, mais uns computadores que se vendem, mais uns pais felizes que pensam estar a dar um grande futuro aos seus filhos, mais uns filhos sonhadores que pensam que se estão a dar a si mesmos uma grande profissão, mais umas cotas a entrar na ordem, mais uns estagiários à borla para os tubarões!Pois é! E tudo parece ir bem, neste cenário (uma alusão ao optimista do voltaire).
Mas desenganem-se, tudo vai mal. Os arquitectos hoje, trabalham ( ou não trabalham) á borla ou em regime de escravatura ( a ganharem 3 e 4 euros à hora, fora os recibos verdes que têm que passar), portanto +irs no fim do ano...e começam a ser já muitos os que nem um estágio não remunerado conseguem arranjar, que é Óbrigatório para acesso à Ordem dos Arquitectos, Logo... Obrigatório para poderem exercer a profissão para que estudaram.
Além de trabalharem à borla, há já muitos gabinetes que exigem que o estagiário leve o seu portátil para trabalhar , criando assim, quantos postos de trabalho desejem e evitando assim ter que pagar as licenças dos respectivos programas informáticos( autocad, photshop...)E são muitos os Arquitectos conhecidos da nossa praça, os chamados iluminados do "star system) que fazem isto.Os recém licenciados que acabam este estágio para ingresso na Ordem, e uma vez não integrados na empresa ( a maior parte,pois se há estagiários todos os anos), começam o seu pior pesadelo jamais imaginado....não encontram trabalho! Todos os gabinetes querem estagiários e sem pagar! Ora...estes espécimens, como toda a gente, têm que ganhar dineiro para viver, mas não conseguem. com a agravante de terem que pagar as cotas trimestrais á famigerada Ordem que em nada dignifica a classe, contribuindo e promovendo tudo o que referi acima.
Uma ordem que não conseguiu unir consenso nem ter força política, nem corporativismo para revogar o famoso decreto 73/73, que resumindo, permite a qualquer engenheiro e desenhador fazer o trabalho de um arquitecto.Mas não vale a pena refugiarmo-nos na vã ilusão que com esta revogação (se algum dia acontecer), os problemas da classe estarão resolvidos, e os arquitectos voltarão a ter trabalho, e as cidades serão feitas por arquitectos. Tamanha ilusão dos iludidos.A ordem dos Arquitectos deveria sentar-se em tribunal e ser julgada, pela má prestação aos seus associados. os arquitectos que têm estagiários à borla deveriam ser punidos. Os estagiários que se sujeitam trabalhar sem serem pagos deveriam ser proibidos de entrar na classe.Tenham classe e sejam classe. "

Nova Ópera de Valência

Obra do arquitecto espanhol Santiago Calatrava (residente e trabalhador na Suiça), a nova Ópera de Valência, de nome "Palau de les Arts Reina Sofía", foi ontem inaugurada pelas mãos do Reis de Espanha com a obra de Beethoven, "Fidelio".
A obra conta com mais de 4500 metros quadrados e conta com um sem número de terraços acessivéis ao público. O edifício foi construído, essencialmente, em betão armado branco e conta com um auditório principal e com dois outras salas de espectáculos mais pequenas. Esta é apenas uma das três obras que Calatrava está a realizar na nova área de construção na cidade de Valência que se auto-denomina "Cidade das Artes e Ciências".

Museu Eduardo Chillida

Muito se terá escrito já sobre o escultor espanhol Eduardo Chillida, mas a verdade é que haverá ainda muito para dizer e, acima de tudo, aprender. A par de Oteiza, Chillida é o maior escultor-arquitecto do século XX em Espanha. Teve, durante anos, um impacto tal na escultura, e mais recentemente, na arquitectura, que foi homenageado diversas vezes pelo mundo fora, por diversas identidades. Hoje, as suas memórias descansam em "solo sagrado" no seu museu no País Basco, mais precisamente em Hernani, perto de San Sebastían.

Chamei-lhe escultor-arquitecto porque as suas obras, quer escultóricas, quer desenhadas são de uma forte presença arquitectónica e não será de estranhar que Chillida tenha desistido do curso de arquitectura para se tornar escultor. As suas obras reflectem espaços, sombras, matérias, profundidade e peso, invulgares na escultura e mais utilizadas na criação da arquitectura.
Eduardo Chillida nasce em 1924 e em 1947 abandona o curso de arquitectura para se dedicar à escultura e ao desenho. Para tal, vai viver para Paris onde em 1950 realiza a sua primeira exposição. São precisos oito anos para obter o primeiro prémio na Bienal de Escultura de Veneza. Seguiram-se o prémio Kandinsky, a Medalha de Ouro de Belas-Artes em Madrid, o Grande Prémio de Artes em França, e o Prémio Príncipe das Astúrias, entre outros. É convidado em 1971 para ser professor em Harvard e em 1994 é nomeado professor na Universidade de Madrid. A 19 de Agosto de 2002 falece em San Sebastían, sua terra natal e deixa um legado imenso de trabalhos que resultam no futuro museu com o seu nome. O Museu nasce de um descobrimento de Eduardo e da sua mulher da Finca Zabalaga, local onde se encontra o Museu, em 1983. Ao comprarem parte da Finca, Eduardo resolve recuperar parte das ruínas existentes nos terrenos com o seu amigo arquiteco Joaquín Montero. Chillida conta unicamente com o seu património familiar para recuperar o espaço e assim se cria o Museu Chillida Leku.

O site do museu é explicativo de cada fase da sua vida e obra (aqui). Recupera a sua história e deixa cada visitante com vontade de explorar aquele espaço com a maior minúcia possivel. É o desejo de muitos arquitectos espalhados pelo mundo fora, visitar este "mausoléu" e aprender com ele o que a arte tem de melhor: a sua pureza em estado bruto.

Fica o desejo e algumas imagens para algum dia ver ao vivo...

Teatro Circo

Devo declarar que desconhecia tamanha beleza em Braga. Pois é, o Teatro Circo parece que já anda em obras há sete anos e esta semana abriu as portas ao público em geral. A sala principal tem mais de 100 anos e a intervenção, que foi feita com o apoio da Câmara Municipal de Braga, custou cerca de 23 milhões de euros.
A história do Teatro começa em 1915 com a sua construção pelo arquitecto Mouro Coutinho, e foi apenas em 1999 a autarquia decidiu realizar alterações para que pudesse albergar novos espectáculos. A Teatro Circo está agora dotado das melhores condições sonoras e não só para realizar uma série de eventos, entre eles ópera, ou mesmo teatro, já que vai albergar a Companhia de Teatro de Braga, como seu residente.
O espaço incluí um auditório para cerca de 250 pessoas, um restaurante, um bar de apoio e o auditório principal com cerca de 1014 lugares.
Na futura programação podemos já contar com concertos de Anthony and the Johnsons, Al di Meola, Patricia Barber, Chico César, John Zorn e Mike Patton, bem como a peça de teatro de António Fagundes "As Mulheres da minha vida".
Parece que o norte deixa de ter razões para se queixar, depois da Casa da Música e da recuperação do Teatro Circo, em Braga, o espectáculo já não é centralizado em Lisboa, como antigamente.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Filme da Semana

Children of Men (2006)

Seria muito fácil arruinar esta história e este filme, mas será difícil apontar defeitos a um filme tão perfeito que quase apetece dizer que é indispensável ver e que posso, desde já dizer, que é um dos filmes do ano.
Alfonso Cuarón, realizador do aclamado "Y tu Mamá tambíen" e dos discutível "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkabán", tem aqui oportunidade de mostrar o seu melhor filme até agora e de mostrar ao mundo uma faceta que poderá, a partir de agora, ser mais entusiasmante e apetecível para qualquer apreciador de bom cinema. O filme incluí um elenco vasto e bem escolhido com Clive Owen no centro das atenções. Clive Owen mostra uma naturalidade tal no papel que é credível e faz dele um actor a crescer, de filme para filme. É acompanhado por um brilhantismo de Michael Caine (numa interpretação de um velho "John Lennon", meio hippy, meio filósofo) e de uma curta aparição de Julianne Moore que brilha no ecrán com a ajuda fantástica da realização de fotografia, que vai pautando todo o filme num realismo atroz e numa destruição quase apocalíptica.
O filme tem por base uma ideia de que, por volta de 2009, o mundo sofre uma "doença" que afecta todas as mulheres do planeta: a infertilidade. Estamos em 2027 e o caos instala-se na maior parte das grandes cidades do globe terrestre, do qual Londres é-nos apresentado ao detalhe, através de brutais explosões terroristas e de uma brilhante demonstração de caos apocalíptico que se vive em cada canto da cidade. Tudo é monitorizado (efeito "big brother", de Orwell) e todos os emigrantes estão a ser deportados do pais. Vive-se um momento de tristeza quando se sabe da morte do ser humano mais novo do planeta, com apenas 18 anos. A partir destas premissas, o filme apresenta-se-nos como um "thriller" de acção futurista e apocalíptico, que nos transporta para momentos brutais e magnificos de cinematografia. O filme tem momentos de brilhantismo, como a cena em que Theo (Clive Owen) atravessa o corredor de um edifício destruído por balas e bombas, e é acariciado e venerado por todos os emigrantes e militares presentes. È um momento de rara beleza que define toda a realização de um artista em crescimento puro.

A FAVOR: a realização de Alfonso Cuarón, Clive Owen, Michael Caine e toda a fotografia realista que nos é oferecida.
CONTRA: a curta participação de Julianne Moore.

ESTRELAS: *****

sexta-feira, outubro 27, 2006

David Maisel e Los Angeles


Apesar de nunca ter estado em Los Angeles, Califórnia, posso seguramente atestar a grandiosidade da cidade. Los Angeles tem uma expansão idêntica à da Cidade do México mas caracteriza-se pela sua quantidade infindável de auto-estradas e viadutos. Tornou-se tão cinematográfica que os filmes de Robert Altman ou, mais recentemente, de Michael Mann (Collateral e Miami Vice) são exemplos perfeitos de uma visão actual da cidade. A cidade parece extender-se por kilómetros e kilómetros e tem uma densidade de construção que alimenta, por si só, mais construção. A deslocação numa cidade como Los Angeles é feita, essencialmente, por veículos motorizados e o simples acto de andar parece uma miragem.
David Maisel é um fotógrafo que ficou conhecido pelas séries "Black Maps", "The Lake Project" ou "Terminal Mirage", que foca as suas atenções nos extremos da poluição, e na destruição do nosso planeta. A sua nova exposição, "Oblivion", na Paul Kopeikin Gallery em Los Angeles, foca-se sobre fotografias aéreas, tiradas a preto e branco, da cidade de Los Angeles. A beleza de cada fotografia é inquestionável, bem como o intuito de dar a entender a realidade do "puzzle" que é a cidade e da sua intensa densidade. Não podemos esquecer que, ao todo, são 10 milhões de habitantes a residir numa única cidade, viva e como um organismo autónomo do resto da país.
Fica-nos a vontade de conhecer o artista e a cidade. Atravessar estas vias rápidas e perceber a dimensão das coisas. O horizonte é longinquo e o fim é invisível. Tudo parece distante e a cor parece desaparecer, tal como nestas fotografias de Maisel.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Aprender com os Outros

Estive recentemente em Madrid, capital da nossa vizinha Espanha, para uma ronda pelos ateliers dos arquitectos mais reconhecidos da "praça pública". Apesar de ter visitado os locais de trabalhos de nomes tão sonantes da arquitectura contemporânea espanhola e mundial como Rafael Moneo ou Abálos & Herreros, não foram essas visitas que me impressionaram mais. Foi toda a conjuntura que de edifícios de diferentes épocas, diferentes estilos arquitectónicos e escalas que me fizeram pensar numa cidade maior do que aquela que julgava conhecer.
Pelas ruas da Castelhana, Serrano, Passeio do Prado, Gran Via, ou pelos bairros da Chueca, Lavapiés ou Chamartín, temos a noção de escala que não existe em mais lado nenhum na Península Ibérica. Com cidades portuguesas nem vale a pena comparar, mas podemos e devemos comparar com a rival Barcelona, cidade pensada desde a sua fundação e exemplo perfeito da reabilitação e construção em quarteirões de perfeitas dimensões. Para muita gente pode parecer estranho eu falar em proporções arquitectónicas a grandes escalas como numa cidade, mas a verdade é que um exemplo perfeito disso mesmo é vermos o quanto uma pessoa se cansa a andar pela cidade de Madrid e o fácil que parece andar por Barcelona. Podemos dizer que muita influência tem o declive do terreno em Barcelona, que desce sempre em direcção ao mar (Barceloneta) e parece sempre uma cidade plana e de fácil acesso. Madrid tem inclinações que não existem em Barcelona, mas o que afecta mais o percurso pedonal na capital, é o facto de não ter existido, ao longo da história, um trabalho exaustivo no estudo de escalas do edifícios em relação às avenidas que os atravessam. Isto porque, temos a noção de que em Barcelona, os edifícios obedecem a uma regra fundamental na construção das grandes cidades, uma regra quase militar mas que funciona para manter uma aparência de grandiosidade sem esmagar o observador: os edifícios de cada quarteirão tem uma proporcionalidade em relação a cada rua pelo qual é atravessada e em Madrid isso só acontece, com pouco frequência, em zonas como a Castelhana e o Passeio do Prado. Não estou, obviamente a querer dizer com isto, que Madrid é uma cidade mal construída e desorganizada, mas dá-nos a real sensação do brilhantismo que foi a construção de Barcelona ao longo dos séculos, sem nunca se desviar do seu intuito, que foi sempre o de agradar ao passeio pedonal mas ao mesmo tempo, conseguir adaptar-se com o tempo, à evolução e aparição do veículo automóvel. Madrid é mais caótica, nesse aspecto, mas também, para uma cidade com cerca de 3.5 milhões de habitantes, não é e estranhar que todas as manhãs e todas as tardes, as dificuldades para entrar e sair da cidade sejam um desafio constante para os seus habitantes e visitantes.
Podemos, no entanto, concluir que as duas maiores cidades de Espanha, não são nem de longe nem de perto, equiparáveis a Lisboa ou Porto, pequenas províncias comparadas com Madrid ou Barcelona. E vão ser necessárias várias décadas para Arquitectos, Urbanistas, Paisagistas e Políticos (Camarários e não só) tentarem alterar o que de mal se fez e continua a fazer, nas nossas cidades, sem nunca conseguir perceber o que de perfeito se fez aqui ao lado, na nossa vizinha Espanha. Quero acreditar que não somos cegos e que, com o tempo, vamos perceber e tentar alterar, com obras de fundo e de coragem, criando novas vias, reorganizando quarteirões e bairros antigos e trazendo para dentro da cidade, não só um novo sentido de habitação mas de vida, quer seja dia ou noite, quer seja dia de semana ou domingos ou feriados. Para isso não podemos contar apenas com os responsáveis camarários, o investimento privado (a maior fatia da construção em Espanha, é privada...) tem que ser mais audacioso, corajoso e pôr os pés na terra, investindo num futuro que pode passar pela alteração das cidades a novos públicos, sejam eles novos ou mais velhos, sejam eles portugueses ou estrangeiros. Porque a Europa é hoje uma porta aberta entre nações, em que diferentes nacionalidades são hoje misturadas num "melting pot" em cidades em que cada um tenta tirar maior proveito das cidades que elegeu como "casa". Há que abrir as mentes e os horizontes e pensar mais além, deixarmo-nos de bairrísmos e regionalizações e pensar num futuro a curto prazo. É preciso mexer os investimentos e os investidores, públicos e privados e fazê-los acreditar que tudo pode ser melhor do que o existente. É só olhar para o lado...

sábado, outubro 21, 2006

Filme da Semana

Little Miss Sunshine (2006)
Realizado por um par de desconhecidos, Jonathan Dayton e Valerie Farris, Little Miss Sunshine é um "road movie" terno, e extremamente divertido. A comédia do filme aparece como consequência de toda uma série de desgraças e desventuras de cada uma das personagens que integram o elenco, ou neste caso, que integram a família Hoover.
A família é representada por Toni Collette, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Abigail Breslin (surpreendente pequena actriz que rouba as atençoes em cada cena) e Steve Carell, que começa já a ser um sério candidato a actor e a roubar o lugar a Jim Carrey como melhor actor cómico da actualidade, impondo um humor inteligente e baseado em respostas curtas, feições e olhares delirantes.
A história centra-se numa viagem através da América na qual toda a família embarca para poder levar a filha mais nova Olive a um concurso de "Miss" para crianças. Toda a viagem é cronometrada pelo controlador Richard, que vive a vida a dar lições sobre "como vencer na vida em apenas 9 passos", mas descobre que nem toda a felicidade se encontra em tão pouco tempo. Cada personagem tem dilemas consigo mesmo e com os diversos elementos da família e tudo parece explodir numa tensão de cortar à faca durante os dias em que viajam numa carrinha antiga que só dá problemas.
Aliás, a carrinha em si, é um personagem, sendo que é nela que se centram os momentos mais hilariantes do filme, como a cena em que todos têm que empurrar a carrinha para esta andar e em seguida correrem para o seu interior, ou mesmo quando a buzina se avaria e, intermitentemente, ecoa pelas auto-estradas da América.
Um filme bem construído, que engana o espectador à primeira vista, mas que se entrega como uma estreia auspiciosa e um sério candidato ao Óscar de Melhor Argumento Original.
Ao longo do filme vemos certas cenas que revelam criticar alguns hábitos puramente americanos, como os videos de auto-ajuda, ou os concursos horripilantes para crianças que rapidamente são transformadas em seres adultos e estranhos. Tudo não passa de uma farsa que os realizadores pretendem desmascarar, gozando com o que a América tem de melhor, a sua inocência.
Estrelas: ***

sexta-feira, outubro 20, 2006

Filme da Semana

Marie-Antoinette (Sophia Coppola,2006)
Neste "quadro" pintado por S.Copolla, o perfectionismo é levado ao extremo. Aliás, neste filme tudo é levado ao extremo do bom gosto, sem cair no kitsch. As cores, as texturas, as sombras, os cabelos, os vestidos, as pinturas, a comida e as festas, tudo serve de meio para representar a extravagância da rainha Marie-Antoinette. O filme serve de veículo, quase documental, para nos retratar a rainha, que com apenas 18 anos reinou França durante 19 anos, até morrer às mãos do povo numa revolução anunciada.
O filme tem a capacidade de nos colocar ao nível de um nobre da corte que tudo vê e tudo ouve acerca da rainha, ao mesmo tempo que se afasta, por vezes, para apreciarmos a beleza de Kirsten Dunst. Aliás, Dunst parece encarnar o papel como se da rainha se tratasse. Receio mesmo dizer que se afirma como actriz e uma possivel candidata a nomeada para Actriz Principal. O filme terá, com certeza esse intuito, é previsível que seja nomeado para melhor guarda-roupa, melhor maquilhagem ou melhor fotografia ou mesmo, quem sabe, melhor direcção. Sophia Coppola parece ter amadurecido e tem aqui uma visão madura, carnal e romântica de toda uma corte que vivia em Versalhes. Coppola parece ter aproveitado da melhor maneira o facto de ser a primeira realizadora a poder filmar Versalhes, e fá-lo de uma forma sublime, acentuando pontos de fuga num horizonte longínquo e deserto ao fundo dos jardins, e enaltecendo detalhes em cada sala que filma, quer sejam eles os tectos, as paredes ou mesmo o mobiliário.
É um filme de extremos, que vai dividir a opinião de muita gente, mas não deixando ninguém indiferente. Mistura gostos e enaltece a superficilidade da época, com diálogos que pecam pela pobreza de espírito e de intelectualidade que escasseava na corte. Aos poucos, o filme parece inspirar-se na última película de Terrence Mallick, "O Novo Mundo", com uma estrutura dramática, romântica dando especial atenção aos cenários e à fotografia.
"Marie-Antoinette" é um filme essencial nos filmes de época, um pouco como "Barry Lindon" foi para Kubrick. Neste caso a aceitação do público é irrelevante, pois parece-me que este é um filme para ser venerado dentro de alguns anos, para podermos apreciar a arte de Coppola e vermos o quanto ela tem crescido enquanto realizadora, passando já a ser uma das melhores no seu ramo. Dentro de 50 anos faremos um balanço da sua carreira e veremos a importância que este filme teve no seu percurso artístico,mas imagino que o futuro será sempre grandioso,um pouco como Marie-Antoinette...
Estrelas:****

quarta-feira, outubro 18, 2006

Referendo do Aborto

No Diário de Notícias de Segunda-Feira, dia 16 de Outubro, João César das Neves escreveu um texto "interessante" acerca do referendo do aborto que parece aproximar-se. Digo "interessante" porque as opiniões dividem-se e quem sou eu para impôr a minha... Ainda assim, o texto tem a virtude de nos deixar a pensar, como qualquer referendo deve fazer:
"...O aspecto mais chocante desta reedição é, sem dúvida, o momento escolhido. Hoje, ao contrário de há oito anos, o País vive uma crise grave, com estagnação económica, alto desemprego, fortes carências e contestações em múltiplos sectores."
"...Os dois lados em debate esgrimem as suas razões, mas só um deles invoca o testemunho do progresso. Segundo os proponentes, uma das principais razões para mudarmos a nossa lei é a sua desactualização. Ouve-se com frequência dizer que esta nossa legislação é obsoleta, ultrapassada, a "mais atrasada da Europa". Abortar à vontade parece ser moderno."
"...É difícil imaginar como é que o tempo entra numa questão tão básica e perene como esta. O aborto, como o terrorismo ou o crime, não melhora com o desenvolvimento, flutua com a moralidade. Mas as marés ideológicas nunca seguem a lógica."
"...uma das poucas vantagens do período de referendo é que os meios de comunicação social serão obrigados a abandonar a descarada defesa do aborto, para fingirem uma imparcialidade forçada.
"...A maré vai mudar. Entretanto a alteração da lei tem um aliado perigoso: o comodismo burguês. Não faltam os que dizem coisas como: "Eles não nos largam com isto, o melhor é deixá-los mudar a lei para ver se se calam."

sexta-feira, outubro 13, 2006

Psicologia Barata

Sempre soube o que sou,como sou e o que quero ser. A Psicologia pode ajudar muita gente a encontrar um rumo ou um objectivo na vida, quando tudo parece estar a descambar. Pelo sim e pelo não as pessoas parecem recorrer cada vez mais a este tipo de "tratamento", sabendo que pode surtir um resultado muito ambíguo ou efémero ao que uma pessoa realmente quer ouvir. Pela graça, e apenas por isso, recomendo a cada pessoa que faça um testezinho rápido para tentar encontrar-se e compreender-se melhor, através de algumas questões que são colocadas num teste que se encontra na internet...
Faça o seu aqui.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Filme da Semana

"The Descent"
Para começar, deixem-me só dizer que sou, cada vez mais, um fã incondicional de género de terror. Desde o "Exorcista", passando por "Rosemary´s Baby", ou mais recentemente um "The Ring" ou mesmo um "Texas Shainsaw Massacre".
"The Descent" é um filme de origem britânica, passado nasmontanhas do Colorado, nos Estados-Unidos. Todos os actores envolvidos, ou neste caso actrizes, são desconhecidos do grande público e isso resulta numa ligação mais humana e real com cada personagem. O guião é simples e funciona com uma perfeição invejável a muitos filmes de grande orçamento de Hollywood. E todos os efeitos especiais são de uma simplicidade e minimalismo brutal que resulta num filme de grande impacto físico e psicológico.
A história não é mais de que o encontro de 6 amigas para uma descida às cavernas do Colorado. Há um engano na entrada e vão todas entrar na "toca do lobo". Um engano fatal e que proporciona imagens de grande sufoco e agonia tanto às personagens como ao espectador. Cenas claustrofóbicas que transmitem uma tensão logo desde o início do filme e que colocam o espectador num estado de nervos cena após cena.
Para os fãs do género aconselho vivamente. Está no top dos melhores filmes de terror dos últimos anos e consegue prender o espectador do início ao fim, em especial no final, em que um "twist"nos leva, tal como as personagens no filme, a um desespero total.
Estrelas:****

terça-feira, outubro 10, 2006

Os Grandes Portugueses

Na RTP, Maria Elisa vai apresentar um programa baseado num formato que já teve óptimos resultados em países como Estados-Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Não é mais do que eleger as 10 figuras mais importantes da história de Portugal. Entre eles existe uma lista de cerca de 100 nomes que abrange o mundo da cultura, economia, ciência, religião, engenharia e política. Dia 15 de Outubro, um primeiro programa irá desvendar o curso das votações, e toda a gente pode votar, quer por sms, quer por telefone ou por internet.
A ideia em si não é original, já foi experimentada em diversos países, mas pode demonstrar surpreendemente, quem são as figuras mais reconhecidas e amadas do povo português, o que pode surpreender muita gente ou não. Se aparecer um Luis Figo,ou um Cavaco Silva na lista dos 10 mais votados será uma surpresa, mas se aparecer um Camões ou um Vasco da Gama, será uma prova dada da inteligência e do orgulho dos portugueses. Toca a votar e a participar aqui!

sexta-feira, setembro 29, 2006

Centro Cultural de Belém - Exposições


Ao longo do próximo mês de Outubro, vão ser inauguradas duas exposições no Centro Cultural de Belém, que podem muito bem, significar um novo olhar sobre a arquitectura contemporânea que se faz actualmente no nosso país. Pode ser uma oportunidade para o grande público conhecer, reconhecer e descobrir novas formas que estão, aos poucos, a transformar o nosso território e que podem indicar um caminho e um trajecto na nova arquitectura portuguesa.
A primeira exposição inaugura já na segunda-feira, dia 03 de Outubro, e chama-se "Habitar Portugal". A exposição pretende uma mostra sintetizada do que de melhor se fez entre 2003 e 2005 na arquitectura portuguesa, quer em Portugal quer no estrangeiro. São cerca de 20 obras de diferentes arquitectos entre eles Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura, Gonçalo Byrne, Manuel e Francisco Aires Mateus, Manuel Graça Dias e Egas Vieira, Paulo David ou João Mendes Ribeiro.
A segunda exposição só se inaugurará a 24 de Novembro e é uma retrospectiva do arquitecto Gonçalo Byrne, que se baseou na sua exposição da VI Bienal Internacional de Arquitectura de São Paulo em 2005. "Geografias Vivas" pretende apresentar-nos seis projectos que nos remetem sempre para as transformações das paisagens urbanas. Os seis projectos são:
- Requalificação da Zona Envolvente à Abadia de Santa Maria de Alcobaça (1991-2005);
-Clube Naval e Cais do Carvão no Funchal, Madeira (1995-2005);
-Centro de Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo do Porto de Lisboa (1997-2001);
-Casa da Província do Brabante Flamengo, Louvaina, Bélgica (1998-2003);
-Espaço Coberto de Assembleias e Presbitério do Santuário de Nossa Senhora de Fátima(1998); -Parque Forlanini, Milão, Itália (2002)

quarta-feira, setembro 27, 2006

O Tempo.











E se depois do sonho não houvesse nada,
E se depois de acordar tudo se esfumasse
Nada restasse e tudo tivesse sido em vão?

O tempo levou o que a memória não soube apagar.
E com o vento do tempo foram-se as lágrimas,
Que derramei num passado longínquo.

E hoje, as horas conto-as de cabeça,
Tenho os minutos de uma vida em contagem decrescente
E os segundos de uma respiração que vai morrendo.

Aos poucos todos desaparecemos como cinzas no ar,
Para baixo ou para cima na atmosfera do tempo,
Num lugar onde ninguém nos ouve e não temos tempo.

terça-feira, setembro 26, 2006

Novo Filme da Disney / Pixar


A Disney voltou a juntar-se à magnífica Pixar e depois de fantásticas colaborações como "Finding Nemo", "Toy Story", "Toy Story 2", "Monsters Inc." e o recente "Cars", os dois estudios estão já a preparar o novo sucesso de bilheteira, chama-se "Ratatouille" e, pelo trailer parece ser hilariante. Só a ideia é já de si uma originalidade que só a Pixar poderia criar... aqui vai o trailer.

segunda-feira, setembro 25, 2006

4 8 15 16 23 42

Para aqueles que são fanáticos de "Lost", aqui vai o video explicativo do significado dos números 4 8 15 16 23 42, uma explicação bem conseguida e que pode levantar o veú sobre o que se pode passar na 3º temporada de "Lost". Isto começa a aquecer...

Imagem do Dia


A imagem do dia de hoje foi tirada num outro dia qualquer e foi-nos fornecida pelo blog de Benjamin Fonseca e Silva, Fotoben, um site que recomendo vivamente a irem visitar todas as manhãs, para acordar de uma forma diferente e alegre. Uma forma de ver este nosso mundo pelos olhos de um fotógrafo atento aos detalhes e pormenores da vida. Hoje celebramos o Verão que já foi...para o ano há mais!

A Chuva de Outono


Traz-me à memória um cheiro,
De canela, de alecrim e de coentros.
A chuva bate na janela molhada e
A visão do exterior é linda...
Vejo a terra molhada e a relva pinga aos poucos,
Ao longe os sinos da igreja vibram
E com eles o coração bate, bate, bate...
É por ti, como sempre foi.
A água acumula-se nas portadas,
Insectos lutam pela sobrevivência,
E nós, num silêncio sepulcral, olhamos nos olhos,
Um do outro, e sem um som sorrimos.
A felicidade emerge sempre no silêncio,
Num momento que não escolhemos.
Traz com ela o preencher de um ser,
Um amor de dar e receber.