sexta-feira, julho 21, 2006

W.H Auden


Aprecio a poesia como qualquer um, apesar de ter tido, durante algum tempo um fraco pelos escritos de Eugénio de Andrade e Fernando Pessoa. No entanto, não é nenhum destes dois mestres que me fazem vibrar. Do poeta inglês W.H Auden, admito que não conheço o que deveria conhecer, mas existe um poema que me emociona a cada leitura e a cada entendimento de cada frase. O poema em causa é "Poem for Hedli Anderson" e evoca a morte, o amor e a angústia da ausência de ambos, é a primeira parte de um belo poema a descobrir de um poeta a (re)descobrir.
Definitivamente, o poema que qualquer um gostava de ver lido no seu funeral...

1

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message
He Is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.

Saladas de Verão


Quando o tempo aquece, e temos pouca vontade de cozinhar, não há melhor maneira de satisfazer o apetite que comer um bela salada. Recentemente, tenho-me apaixonado com o programa do chef Jamie Oliver, que costuma dar na 2 e na sicmulher, mas no site do próprio existe uma série de receitas fabulosas para experimentar e degustar com todo o prazer do mundo e com todo o tempo que só o verão e as férias podem proporcionar. Liguem-se, de vez em quando ao Jamie e apreciem o verão!

40 Bond Street


Fica aqui um exemplo perfeito da fusão entre o marketing da arquitectura e a recuperação de edifícios industriais, desta feita na cidade de Nova York. Os arquitectos Herzog & De Meuron fazem desta visita virtual uma delicia para os olhos e uma tentação para a carteira (de muito poucos...). Nova York vai ter mais um chamariz e chama-se 40 Bond!

Estalagem de São Domingos


Há cerca de 3 para 4 anos, realizei para a cadeira de projecto na Universidade Autónoma de Lisboa (curso de arquitectura), um projecto de renovação e construção de um museu de arqueólogia industrial para uma zona do profundo alentejo, Minas de São Domingos. O projecto envolvia um museu e toda uma parafernália de apoios necessários aos visitantes, sendo esta uma zona de minas deixadas ao abandono e a necessitarem de uma urgente intervenção.
Venho agora descobrir que a casa senhorial (propriedade de ingleses) que servia a comunidade inglesa na zona, foi transformada em pousada/estalagem, e tornou-se hoje romaria obrigatória para qualquer turista espanhol das redondezas.
Historicamente, as minas pertenceram sempre a ingleses, proprietários e exploradores de todas as minas da zona. A casa senhorial, trazia prestígio a uma zona esquecida no interior do país, e seria o único edifício de relevância para a aldeia.
Miguel Coelho, fotógrafo, traz-nos agora um portfolio recheado de imagens da transformação do local em estalagem de luxo. A ideia é de louvar e o trabalho investido nesta recuperação é sinal de que se pode começar realmente a pensar numa transformação da zona, que bem merece uma visita.
Aqui fica o endereço.

A Honra dos Campeões



Rugby nunca foi uma paixão para os portugueses. Foi sim para alguns que sempre acreditaram que podia ser feito alguma coisa, que podiamos atingir metas e resultados tal como outras potências do rugby como Inglaterra, Nova Zelândia ou França. Pois bem, eu não sou o melhor dos analistas nesta questão, visto conhecer pouco acerca da modalidade, mas sei quando devo ter orgulho de um feito atingido, de um resultado positivo ou (como é o caso) de um título conquistado.
A semana passada, a equipa de rugby de Sevens de Portugal sagrou-se pentacampeã europeia na Rússia, jogando na final contra a equipa da casa. De Moscovo trouxe um título que demonstra a força, determinação e vontade de uma equipa ainda à espera de apoios e patrocínios para poder competir ao mais alto nível mundial, nesta modalidade. Porque, apesar de tudo, continuam a batalhar pela profissionalização desta modalidade, lutando como amadores, mas vencendo como profissionais.
Não podemos esquecer que o sabor da derrota não existiu durante os 7 (!) jogos que realizaram,sendo que 4 deles foram jogados no mesmo dia! Aqui ficam os resultados (históricos) e aqui ficam os nossos campeões!
Portugal 14 - Rússia 12
Portugal 24 - Roménia 14
Portugal 26 - Espanha 0
Portugal 19 - Croácia 7
Portugal 19 - Andorra 7
Portugal 22 - Itália 0 (Meia-Final)
Portugal 19 - Rússia 7 (Final)
Equipa: David Mateus, Diogo Mateus, João Mirra(Belenenses), Diogo Gama (Diogo Gama), Pedro Cabral, Paulo Murinello, Pedro Murinello, Gonçalo Foro (CDUL), Adérito Esteves, Diogo Coelho (Agronomia)

quinta-feira, julho 20, 2006

A Beleza da Arquitectura


A arquitectura, como a conhecemos, pode ser uma arte. Pode ser o que de mais precioso uma cidade tem, preservando o antigo e explorando o futuro, arriscando com inovação em projectos e arquitectos que possam, ao mesmo tempo, dar uma visão global, segura e ideológica que uma cidade merece. Portugal está na Europa, ainda que na cauda, mas vive e tem que viver virada para o futuro. Embora seja dificil de admitir, o futuro de cidades como Lisboa, Porto, Faro entre outras, é olhar para o seus vizinhos mais próximos e desenvolvidos e aprender com os seus erros e com as suas virtudes. Cidades europeias como Madrid, Barcelona, Paris, Londres, Amesterdão e Berlin reflectem o que de melhor se quer para uma cidade que pensa no futuro e que faz dele o seu mote para avançar. Em Portugal, a nossa consciência é ainda pequena demais para querer ver isso mesmo. Vemos cidades como Lisboa a degradarem-se dia após dia, e ficamos indignados "que nada seja feito", quando somos os primeiros a cruzar os braços e esperar pelo dia seguinte.
Fernando Guerra, fotógrafo de profissão, fez questão em manter uma mente aberta aquando da abertura de um site dedcado, unica e exclusivamente, à arquitectura que se faz, não unicamente em Portugal mas lá fora também. O seu site faz-nos ver o que podemos esperar do amanhã se os representantes governamentais entenderem a importância que pode ter um arquitecto e o seu trabalho. Fernando Guerra mostra-nos a beleza, a funcionalidade e dá-nos um sentimento de alegria ao ver ue tudo isto é possível num país que parece de costas voltadas para a recuperação de um património, para a construção de futuros que tenham algum significado, e que permanecam para outras gerações.
A arquitectura é muito mais que imagens, mas se elas são tudo o que podemos mostrar para convencer as pessoas, temos que usá-las como armas de defesa contra quem não acredita nos arquitectos e que eles podem mudar o mundo...para melhor, mas por vezes, também, para pior...
"Para quando os ventos de mudança?..."
Cliquem aqui para testemunhar!

80´s



aí....saudosos anos 80!
Pois é, quem me conhece sabe que existem algumas coisas que me fazem vibrar que nem um louco, sendo que uma delas é o futebol (nomeadamente o sporting, mas mais recentemente, a nossa selecção!), existem algumas memórias deixadas pelos anos 80, que já começam, perigosamente, a parecer distantes, que me deixam saudoso, mas com vontade sempre de saber mais e (re)descobrir o que já passou. Falo, mais precisamente, dos aos 80. Quem viveu, como eu, e ainda mais, os anos 80, sabe do que falo. Há quem queira esquecer tudo dessa atura (penteados, roupas, acessórios, políticos e até mobilias...), mas a verdade é que a moda está a pegar: tudo o que foi dos anos 80 está na moda, e reconverter objectos, mobília, ideias, filmes, actores e , acima de tudo, música desta altura é um "hype" que voltou quando a "Senhora" Madonna resolveu mexer no baú e ressuscitar a época, transformando cada video e cada concerto numa vedadeira "boite" dos 80´s, e com penteados a condizer.
Nada disto me surpreende quando até já existe um site na internet dedicado a tudo o que fez parte dessa época, desde música, livros, roupa, e até jogos infantis (quem não se lembra do cubo de Rubrick...)
Fica o fascínio de uma música quem assentava numa base de divertir e ser divertida, sem preconceitos e sem ideias de ser grandiosa ou querer ficar n história. Havia sim, um objectivo, o de colocar uma simples melodia na cabeça de cada pessoa...quem não se lembra de cantar, assobiar ou apenas murmurar uma melodia que fosse dessa altura? "Like a Virgin", "Thriller" e outras tantas??
Para a História da Música ficou Prince, Billy Idol, Roxy Music, Duran Duran, Madness, Culture Club, Talking Heads, David Bowie, Wham, Simply Red, Sade, Suzanne Vega, Lionel Richie, Samantha Fox, Pat Benatar, Tears for Fears, Cool & the Gang, J.Geils Band, Visage, Go West, Rick Astley, Psychedelic Furs, Simple Minds, Tracey Ullman, Supertramp, Dire Straits, The Buggles, Fairground Attraction, Waterboys, Sof Cell, Eurythmics, Huey Lewis and the News, Phill Collins, Cindy Lauper, Men at Work, Ultravox, Kate Bush....bem, podia continuar por aí fora, são tantos e tantas as saudades!
E os vossos favoritos?

A Fotografia, é uma arte?






Estava para aqui a pensar numa coisa que ouvi ontem, de uma certa "pessoa", que eu adoro...e que afirmava que "a fotografia não podia ser uma arte, não podia ser encarada dessa forma, nem devia"...
Pois eu indignei-me e acho que os exemplos mais perfeitos dessa arte existem e aqui vão alguns exemplos...
PS: Henry Cartier Bresson é mágico...digo isto porque nos tempos em que vivi em Barcelona, vi por duas vezes a exposição retrospectiva de sua "arte", e o fascínio cresceu em mim, brotou um amor pelas suas imagens e pelas suas histórias...

-"La photographie n´est rien, c´est la vie qui m´interesse".
Henry Cartier Bresson

-"Photographier c’est mettre sur la même ligne de mire la tête, l'oeil et le coeur".
Henry Cartier Bresson

Filme da Semana


Pois bem, visto ser uma das minhas paixões maiores, todas as semanas vou ter aqui um comentário sobre um filme que tenha visto nessa mesma semana. Não procuro ser crítico, não procuro ser intelectual, apenas procuro dar a minha opinião acerca de um filme que me possa ter interessado ou não...
"POSEIDON" (2006)
O primeiro filme desta "crítica" é "Poseidon", um filme realizado pela realizador alemão Wolfang Petersen, que anteriormente já nos tinha trazido fimes, geralmente de acção, com "Troy" (2004) ou "Perfect Storm" (2000). Especialista neste tipo de filmes, o realizador traz-nos agora um remake de um filme de 1972, denominado como um dos pioneiros neste género de filmes. O remake de 2006 conta, tal como o original, com um elenco de algumas estrelas, que tentam a todo o custo, levantar o filme da previsibilidade do guião, como Kurt Russell, ou Richard Dreyfuss. Ambos encaram este filme como um veículo para ocupar o tempo, e ambas as personagens são fracas e de pouca profundidade. Aliás, este é um dos ponto mais fracos do filme, não existe qualquer empatia com nenhuma das personagens, o que nos leva constantemente a pensar se salvariamos algum deles da morte certa.
O filme peca no aspecto melodramático, mas torna-e um espectáculo visual de efeitos especiais quando nos inunda do príncipio ao fim de tragédia, de acção e de algum suspense. A lição de Petersen está bem estudada e transforma o filme, embora previsível, num filme ambicioso, e capaz, mas coxo na execução dos diálogos e das relações entre cada personagem.
É de louvar, as cenas que precedem o acidente e a parte final dentro do navio, mas em relação ao resto do filme, quase se torna patético relacionar cen após cena, tornando-se num exercício de força e de persistência resistir até ao fim, para saber quantos e quais os sobreviventes deste trabalhoso desastre.
W. Petersen fica com os louros, de uma vez mais, nos presentear com o espectáculo visual puro e duro de um típico filme de verão, repleto de acção. Dreyfuss e Russell, mostram que o tempo passou e a evolução não surgiu após exitos tão estrondosos como "Always"(1989) ou, no caso de Kurt Russell, "The Thing"(1982), uma das melhores parcerias com John Carpenter, que daria frutos, mais tarde com outros filmes.
Estrelas: **

Lisboa: Dias de Verão


Hoje o dia começou com recados. Atravessar Lisboa nestas horas de carro é o inferno, mas surpreendentemente, o tempo que me levou a chegar à Av. da Liberdade desde as Amoreiras foram 10 minutos. Isto só prova que Lisboa começa a esvaziar-se, o sol chama as férias, e as pessoas começaram a debandada de agosto. Lisboa fica vazia, mas ganha em qualidade de vida, ganha em sossego e paz. De facto, as minhas melhores memórias de férias, não são tanto as de praia, mas as de uma cidade, a minha cidade, com cheiro a verão, com sol de verão, e vazia de pessoas. Ir passear ao pé do rio, com o sol a bater na água, janta tarde e com uma brisa leve a bater na face, ir a uma sala de cinema praticamente vazia, passear e escolher os sítios e as sombras por onde andar. Essas são as minhas melhores memórias de verão. Lisboa adormece, mas acorda quem não está há espera, levando-nos a conhecer recantos e locais misteriosos e distantes numa cidade pequena demais para ser "europeia".
O sol brilha e o trabalho é pouco. Saímos cedo e aproveitaos o semi-trabalho, ou as semi-férias, como entenderem...
Lêem-se jornais, ouvem-se conversas e fala-se do calor que faz...é pouco, mas ao mesmo tempo, é o muito que o verão nos dá, nesta cidade que é nossa, tão nossa, Lisboa.

Dia 01


Benvindos, Benvindos!!!
O meu primeiro post num blog só meu mas que espero que seja para todos. O que é e o que será o blog das artes? Pois bem, considerando o nome, e considerando o timing, penso que este blog poderá destinar-se a todos os que me conhecem e mesmo a todos os que não me conhecem, falando de toda a arte que me rodeia, todos os dias, numa vida repleta de artistas, pseudo-artistas, e neo-artistas!
A arte existe como um meio de expressão, um veículo intímo e interior do ser humano do qual resultam respostas, soluções, perguntas e inquéritos. A arte, tenha ela a forma que tiver, serve para comunicar expressões ou sentimentos, dúvidas e inquietações. Não esperamos compreender à primeira, mas podemos sentir o artista e a sua arte. Podemos vibrar com ela ou sentir uma rejeição imediata.
O meu blog espero que seja também vosso, e que faça parte do vosso quotidiano e das vossas preferêmncias da blogosfera. Penso que podem sentir o que quiserem, dizerem e escreverem o que vos apetecer, sobre qualquer tema, sobre qualquer assunto e debater ideias do dia-a-dia das nossas vidas, que passam a correr, que passam num piscar de olhos, num bater do coração, tão undo, tão nosso e tão desejado. Aproveitar o dia, num passo de gigante. Abrir os olhos e ver o nosso mundo, o nosso país, e a nossa cidade. Ver com atenção, ver com intenção.
A arte é subjectiva, é claro, mas passa por todos nós pensar nela e ver nela um escape intencional e pessoal. A arte pode ser um quadro, uma instalação, uma obra arquitectónica, uma fotografia, uma escultura, um golo, uma carícia, uma cascata, uma cidade, ou um amigo. Pode ser o que quisermos, quando quisermos e tomar a forma que bem entendermos, sempre discutível, é verdade, mas pr isso mesmo a arte é, na maior parte dos casos, só nossa, pessoal e intransmissível.
Boa sorte, bom dia a todos e bons posts!
Pedro.