sábado, outubro 21, 2006

Filme da Semana

Little Miss Sunshine (2006)
Realizado por um par de desconhecidos, Jonathan Dayton e Valerie Farris, Little Miss Sunshine é um "road movie" terno, e extremamente divertido. A comédia do filme aparece como consequência de toda uma série de desgraças e desventuras de cada uma das personagens que integram o elenco, ou neste caso, que integram a família Hoover.
A família é representada por Toni Collette, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Abigail Breslin (surpreendente pequena actriz que rouba as atençoes em cada cena) e Steve Carell, que começa já a ser um sério candidato a actor e a roubar o lugar a Jim Carrey como melhor actor cómico da actualidade, impondo um humor inteligente e baseado em respostas curtas, feições e olhares delirantes.
A história centra-se numa viagem através da América na qual toda a família embarca para poder levar a filha mais nova Olive a um concurso de "Miss" para crianças. Toda a viagem é cronometrada pelo controlador Richard, que vive a vida a dar lições sobre "como vencer na vida em apenas 9 passos", mas descobre que nem toda a felicidade se encontra em tão pouco tempo. Cada personagem tem dilemas consigo mesmo e com os diversos elementos da família e tudo parece explodir numa tensão de cortar à faca durante os dias em que viajam numa carrinha antiga que só dá problemas.
Aliás, a carrinha em si, é um personagem, sendo que é nela que se centram os momentos mais hilariantes do filme, como a cena em que todos têm que empurrar a carrinha para esta andar e em seguida correrem para o seu interior, ou mesmo quando a buzina se avaria e, intermitentemente, ecoa pelas auto-estradas da América.
Um filme bem construído, que engana o espectador à primeira vista, mas que se entrega como uma estreia auspiciosa e um sério candidato ao Óscar de Melhor Argumento Original.
Ao longo do filme vemos certas cenas que revelam criticar alguns hábitos puramente americanos, como os videos de auto-ajuda, ou os concursos horripilantes para crianças que rapidamente são transformadas em seres adultos e estranhos. Tudo não passa de uma farsa que os realizadores pretendem desmascarar, gozando com o que a América tem de melhor, a sua inocência.
Estrelas: ***