sexta-feira, setembro 15, 2006

Exame Nacional de Matemática

Cada ano que passa parece que nos importamos menos com esta notícia, e isso só acontece pela nossa habilidade de não conseguir resolver este problema que criámos. Pois é, este ano lectivo que findou viu 80% da população estudantil do 12º ano chegar ao exame nacional da cadeira de Matemática e reprovar. Significa isto que mais de oito em cada dez alunos teve negativa no exame, conseguindo piorar a marca obtida o ano passado com mais de sete alunos para dez. Esta "razia" resulta num abaixamento de candidaturas ao ensino superior, o que de certa forma até pode ser visto com bons olhos, mas deixa de facto um problema que parece crescer de ano para ano. Será a Matemática assim tão difícil, ou serão os alunos apenas preguisoços ou ansiosos com o verdadeiro "papão" dos exames nacionais? Quando a média no exame nacional é de 5,9 valores, isto torna-se assustador, no mínimo, e transforma o exame num bicho de sete cabeças que avisa a próxima fornada de alunos do 12º ano que provavelmente não conseguirão, também, serem aprovados nesta cadeira. A ansiedade é grande e as expectativas maiores, quer por parte do ministério, quer por parte dos alunos ou mesmo dos pais. Daí o nervosismo com que se encara cada ano lectivo com esta cadeira. Não quero com isto dizer que os alunos sejam desculpabilizados por estes resultados, no fundo são eles que preenchem o exame, mas de facto a pressão é enorme e a falta de estudo igual. Chega de reformas e de programas novos, já se chegou à conclusão de que não é por ter um programa mais novo que se obtêm melhores resultados. Terá que ser revista a forma como se ensina a matemática e isso passa, obviamente, por uma reforma ao nível do ensino dos professores e não dos alunos. Os professores têm que ser, igualmente responsabilizados nesta questão, não podem sair incólumes como se não tivessem nada a ver com isto, quando são eles que ensinam, bem ou mal.