quarta-feira, agosto 30, 2006

Desperado...hasta quando?


Estou para aqui a trabalhar e só me apetece sair, gozar mais umas semanitas de férias...é normal, tendo em conta que já não trabalhava há um mês! O silêncio aqui é absoluto, o calor é imenso e só tenho uma alegria...poder descalçar-me e fingir que tenho areia entre os dedos. Ou então, relva sob os pés! Imagino uma praia deserta, um relvado com um lago imenso, imagino uma cadeira estendida entre o mar e uma piscina. Imagino uma coca-cola entre as mãos, com a água do copo a escorrer-me entre os dedos e eu sorvo por uma palhinha o doce da bebida...
É difícil estar-se aqui quando se podia e se queria estar ali. Devia-se institucionalizar que Verão é para toda a gente, e cada um gozava-o quando quisesse e quanto tempo lhe apetecesse. E o mesmo com a "siesta"...duas horitas que podiam ser gastas, deitados num divã, e descansar e saborear a vida como ela devia ser.
Não me levem a mal, adoro a minha profissão e tenho um gosto particular pelo meu trabalho, mas o verão traz com ele um cheiro, uma sensação de liberdade que nenhuma outra estação é capaz de transmitir. E com isso, é difícil uma pessoa não se sentir presa no reboliço do trabalho, ainda que seja diminuto...
Os dias passam e todos os dias ficamos mais velhos, mais conscientes do quanto temos perdido das nossas vidas e das dos que nos rodeiam. Temos medo de desaparecer amanhã, mas não aproveitamos o dia de hoje! É irónico que assim seja...penso que quando chegar a velho, se lá chegar, o meu maior medo é olhar para trás e reparar que não aproveitei o que me foi dado, uma vida...
Por isso saiam das cadeiras, saiam dos espaços fechados e aproveitem cada segundo que passa. Não se arrependam de nada. Arrisquem pois ninguém o fará por vocês! Corram riscos e façam algo que vos faça felizes,ainda que por instantes!
A vida foi feita para gente como nós...então porque é que não tiramos partido disso?