quarta-feira, setembro 13, 2006

Filme da Semana


Voo 93
Paul Greengrass consegue encantar-nos com uma história verídica, repleta de emoção e sem nunca cair em clichés ou cenas de mau gosto.
"Flight 93" é o primeiro filme a incindir sobre um acontecimento relevante do 11 de Setembro, sendo esta história acerca dos passageiros que lutaram pelo controlo do avião, na altura, sequestrado por terrostistas árabes (neste caso, quatro). O filme, quase se pode descrever como um fabuloso documentário que nos retrata, antes de mais, o embarque do vôo em questão e da relativa calma que se viveu nessa manhã de 11 de Setembro de 2001, até o primeiro de quatro aviões serem sequestrados.
Paul Greengrass dá-nos as informações que hoje já sabemos de cor, mas dá-nos outras perspectivas do sucedido, como na confusão que se gerou nas torres de controlo de Boston e Nova Iorque e no quartel general das força aérea, quando se aperceberam do que se estava a passar.
Quarenta passageiros tornam-se heróis por poucas horas e dão-nos um bilhete gratuito para uma viagem sem regresso, em que nos encontramos, subitamente, a torcer pelos passageiros retomarem conta do avião, como se não soubessemos o trágico final que os esperava. O filme tem o dom de nos colocar dentro da acção central mas não nos dá a escolha de perceber o bem e o mal desta conspiração (se é que ela existe), pois imediatamente nos apercebemos quem é quem dentro da história, e quem personifica o bem e quem personifica o mal. Não existe espaço para cada um criar expectativas e decidir quem tem razão, não é esse o propósito do filme. Pretende-se agarrar uma história e contá-la sem exageros, sem drama despropositado e com extrema realidade. A memória ainda está fresca, muita fresca, e por isso é que devemos visionar este filme com olhos vivos e atentos, esperando uma reacção imediata ao filme e aos factos ocorridos. Ainda assim, este filme vai ficar na história, e provavelmente, para gerações vindoiras, servirá de lição de história, como outros conseguiram chegar, igualmente, a esse patamar, como "A Lista de Schindler", ou "Fahrenheit 9/11". Não é um filme político, mas humano e belo, na aceitação do espectador em entrar de olhos abertos e sem preconceitos num filme denso, por vezes confuso, mas avassalador na sua essência. Imperdível.
Estrelas:*****